terça-feira, 12 de julho de 2011

O Império da Alta-Costura

Quando você lê: alta-costura já sente o peso do luxo, mas o que muitos não sabem é que esse termo é usado ilegalmente em qualquer cidade que não seja Paris. A Chambre Syndicale de La Haute Couture estabelece regras rígidas e as marcas que ganham o título têm que seguir padrões bem rígidos. O nome Haute Couture (alta-costura) é patenteado em todas as línguas, portanto, fique atento quando encontrar esse terno ao lado do nome de uma estilista, desconfie, pode ser apenas uma jogada para cobrar mais por um luxo que provavelmente não exista.
As marcas devem ter local próprio com espaço para criação artesanal de modelos únicos com bordados em pedras preciosas ou semi, além de um salão para apresentação dessas produções exclusivas para as clientes. Geralmente cada costureira é responsável por uma peça, que é costurada quase que inteira a mão, mesmo nos dias de hoje a costura manual é considerada a mais detalhada e perfeita. O trabalho pode durar mais de dois meses em cima de uma mesma produção com dedicação das 8 horas diárias nos 5 dias da semana.
Não fazia idéia do que era uma Maison, até entrar em uma. Muitas são fechadas, atendem apenas clientes com hora marcada e após uma entrevista ao telefone para saber o que podem proporcionar, ou seja, para uma curiosa como eu, a situação começou a ficar complicada. Após percorrer endereços de nomes como Adeline André, Alexis Mabille, Gustavo Lins e Maxime Simoens, percebi que minha pauta já era, até que o destino resolveu me ajudar.
Precisava pesquisar sobre uma meia calça de noiva e essa foi minha deixa para ir a Maison de Stéphane Rolland. Quando você chega no número 10 da Av. George V, não encontra nenhuma loja, isso porque essas exclusivas Maison são camufladas em andares luxuosos de antigos prédios, existe apenas um placa de metal indicando o nome do estilista e telefone de contato. Para minha surpresa, dessa vez tinha o andar, mas não adianta tocar a campainha, eles não atendem.
O primeiro passo de sorte veio quando aproveitei a oportunidade de entrar no prédio com um senhor, ao chegar no andar, uma porta de três metros de madeira maciça estava trancada e novamente e campainha não serve para nada. O segundo passo de sorte foi quando chegou um empregado, ufa, estava dentro. Um atendente me recepcionou. Meu terceiro passo de sorte: consegui explicar minha visita inesperada. Seria atendida! Fui direcionada até uma grande sala com duas enormes janelas que davam para George V, com dois sofás e algumas araras com modelos exclusivos de vestidos de noiva e outras peças que estavam na última temporada de desfiles.

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